No início do mês de maio, perdemos duas figuras incríveis e muito queridas. Para parentes, amigos e fãs, foram perdas inestimáveis. Mas espero que me permitam uma análise uma pouco mais fria, mercadológica. Elas foram, entre outras coisas, cases de grande sucesso. E por uma razão muito simples: foram originais. Ainda que se tente copiar a “fórmula”, como muitas vezes se tenta, não vão existir outra Rita e Palmirinha. Elas foram únicas e, portanto, insubstituíveis.
É nessa hora que a gente se pergunta: mas como se chega a isso? É intencional, aleatório? Foi tudo muito bem planejado ou as coisas foram simplesmente acontecendo? Difícil saber. Mas uma coisa parece evidente, que cada passo das suas trajetórias foi sendo feito a partir do anterior, sem queimar etapas.
Houve quem acreditasse nelas, enxergasse o potencial, abrisse uma porta aqui, outra ali. Mas houve, acima de tudo, da parte delas, confiança a autoaceitação. Não se omitiram em ser quem eram. Essa sou eu e o mundo que me aceite assim. Mais do que isso, que me ame assim. E, assim, elas foram amadas.
Tiveram referências? Provavelmente sim. Mas conseguiram incorporá-las de tal maneira que não geraram comparação. O que elas geraram? Identificação, isso sim. Com a loucura inteligente, ou com a simplicidade simpática. A forma como isso é mostrado pode ser a mais variada possível, o importante é que essa essência esteja lá. É essa a ideia que as pessoas “compram”. Esse é o conteúdo, sem o qual a ideia não fica de pé.
Como se constrói um case de sucesso? Se pensarmos em Rita e Palmirinha, podemos tirar algumas conclusões. É preciso ser original, mas sem perder a essência jamais. Até porque, cedo ou tarde, o que é fake cai por terra e é esquecido. Mas o original, esse fica para sempre.