A Netflix lançou recentemente a série documental “Diários de Andy Warhol”, que mostra a trajetória de vida do artista. Talvez você não o conheça pelo nome, mas muito provavelmente já se deparou com a sua arte em quadros, peças de moda, calçados, canecas e todo tipo de produto.

A sua pop art (nome do estilo artístico que Warhol dominava) é uma fonte de inspiração atemporal para muitos profissionais de design até os dias de hoje. Porém, esse não foi seu único impacto na comunicação: se hoje as barreiras que separam o comercial e a arte são finas, devemos agradecer a ele.

Pouca gente sabe, mas Andy teve a sua origem na publicidade como diretor de arte, ilustrando e criando anúncios para revistas. Talvez essa seja a explicação do motivo pelo qual conseguimos encontrar tantas similaridades de sua arte com a propaganda.

Pensando em negócios, uma das ferramentas mais importantes da propaganda para que sua empresa tenha uma trajetória de sucesso é o branding. Quando você entende e incorpora com clareza os valores e motivações do seu negócio, conectar-se com seu público torna-se a parte mais fácil.

Mas como Warhol aplicava esse conceito em sua carreira? Se, nos anos 60, a sociedade vivia a transição para os nossos hábitos de consumo em massa, isso não se refletia na arte, que ainda era algo abstrato e dedicado à elite.

De forma rebelde, Warhol quebrou as regras da arte e levou o consumismo para dentro de suas obras com um objetivo bem claro: tornar a arte compreensível e acessível a todos.

Por exemplo, em vez de pintar conceitos profundos e elaborados, ele optava por temas simples do dia a dia, como as 32 latas de sopa Campbell’s, que representavam os objetos normais do cotidiano.

Com uma ideia singular e clara, Andy aproveitava todo tipo de mídia para imprimir a sua marca no mundo. Além das famosas serigrafias da pop art, Warhol se aventurou na música, no cinema e na televisão (a Andy Warhol’s TV é considerada o embrião do conceito da MTV).

“Vou endossar com meu nome qualquer um dos seguintes: roupas, AC-DC, cigarros, fitas pequenas, equipamento de som, ROCK N’ ROLL RECORDS, qualquer coisa, filmes e equipamentos de filmagem, comida, hélio, chicotes, DINHEIRO!! Amor e beijos.”

– ANDY WARHOL, 1968

Mais do que nos canais de mídia, sua própria pessoa se tornou um avatar do que defendia. Mesmo sendo tímido, ostentava uma aparência peculiar sempre utilizando uma peruca loira/branca, óculos escuros e comportamento deliberadamente vaidoso. Além de ter mantido relacionamento com os principais músicos e estrelas de cinema da época, a sua personalidade excêntrica tornou o próprio um objeto de curiosidade da mídia.

Uma das minhas frases preferidas de Warhol diz que, no futuro, todo mundo vai ser famoso por 15 minutos (e não é que ele estava certo?); porém, diferentemente dos famosos instantâneos da profecia, sua fama e sua marca perduram dos anos 60 até os dias de hoje. Como ele conseguiu? Tendo um objetivo claro, Warhol imprimiu isso em todos os lugares possíveis.

 

Matheus Sesterhenn

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