Vivemos em meio a uma overdose de telas. São muitos televisores, computadores, tablets, celulares e abas dividindo a nossa atenção.

Está cada vez mais difícil manter o foco. Nesse cenário, como atingir um consumidor desatento devido à sobrecarga de imagens?

A resposta não está no sentido da visão, e sim nos ouvidos.

Aposto que a sua música favorita sempre revigora você, não é mesmo? Essa sua conexão emocional com o áudio tem origens ancestrais.

A música é uma das principais formas de entretenimento humano e um dos elementos fundamentais da nossa cultura. Os primeiros registros são de 35 mil anos atrás: flautas de osso, instrumentos musicais rudimentares provavelmente usado em rituais culturais que comprovam que, desde sempre, os sons influenciavam nossos comportamentos.

Outro fator que acho extremamente interessante sobre o formato áudio é que ele é algo complementar as outras atividades. Diferentemente de outras mídias, como a televisão ou o jornal, você pode escutar música enquanto dirige, faz faxina, treina, trabalha: a música sempre acompanha você.

E não é apenas nas canções que o formato áudio se sobressai. Existe algo poderoso também no diálogo; programas de conversa, como os de rádio, são capazes de despertar uma sensação de companhia. É como se você estivesse com um parceiro, um amigo: você sabe que tem alguém do outro lado.

Scott Galloway, professor de Marketing da NYU, percebe a mesma coisa:

“Se alguém chega em mim e diz ‘Professor G! Toca aqui!’, eu sei que essa pessoa assistiu a um vídeo. Se alguém me escreve um e-mail longo, eu sei que essa pessoa leu algo que escrevi. O meio realmente é a mensagem. Quando alguém chega em mim (e isso aconteceu há 20 minutos), inicia uma conversa como se fôssemos amigos e eu penso ‘Putz, não lembro quem é essa pessoa”, é porque essa pessoa escutou o podcast em seus ouvidos. Ter um áudio ou um dispositivo em nossos ouvidos cria um nível de envolvimento, de intimidade e até de vício que vai impulsionar o metaverso mais do que imagens.”

Você pode assistir à palestra completa de Scott na SXSW 2022 aqui

Por motivos como esses, há uma grande oportunidade escondida no som para as marcas e os anunciantes.

Logo, também não é uma surpresa que o Spotify tenha registrado um crescimento anual de 31% na receita de anúncios no último ano, atingindo o melhor desempenho na história da empresa.

Segundo a consultoria em dados GWI, 3 das 4 fontes nas quais os consumidores descobriram novas marcas que mais cresceram no primeiro trimestre de 2022 são relacionadas a áudio e estão “livres de telas”.

Podcasts (14%)

Anúncios vistos no cinema (até 12%)

Anúncios em serviços de streaming de música (até 11%)

Anúncios ouvidos no rádio (aumento de 9%)

Em um cenário de consumidores cansados do excesso de telas, o formato de áudio ganha popularidade.

Vamos pensar fora da caixa (ou da tela?) e anunciar sua marca em novos formatos?

Matheus Sesterhenn

Estratégia

Mais sobre a SPR

TRABALHOS

CLIENTES

PRODUTOS

PALESTRAS

BLOG