“Batman, o Cavaleiro das Trevas” é uma das grandes produções cinematográficas, faturando bilhões de dólares em bilheteria e fazendo companhia a outros dois filmes em uma trilogia de sucessos. A obra colecionou prêmios como Oscar, Bafta e Globo de Ouro e, apesar de ser um filme com a temática de super-heróis, foi capaz de quebrar as barreiras do entretenimento e conseguiu fazer jus ao que se espera de uma obra relevante da sétima arte, não sendo apenas uma ferramenta de merchandising para vender brinquedos.

Então imagine que você é o diretor desse filme, com um orçamento de 185 milhões de dólares em mãos e um elenco recheado de estrelas como Christian Bale, Morgan Freeman, Michael Caine, Gary Oldman e um talentoso Heath Ledger em sua última e virtuosa performance.

Qual seria a primeira ação de seu cronograma? Você gravaria as cenas mais difíceis primeiro? As cenas de ação com dublês e grandes explosões? As mais fáceis, talvez? Assim, todos teriam um aquecimento antes das grandes cenas.

Você sabe qual foi a decisão do diretor Christopher Nolan? Ele e seu galáctico elenco dedicaram os 4 primeiros dias no set para se sentar e assistir a filmes.

Elenco e equipe assistiram a 2 filmes por dia, que seriam suas grandes referências para a execução. Os 8 filmes em ordem são:  Fogo Contra Fogo (1995), Sangue de Pantera (1942), Cidadão Kane (1941), King Kong (1933), Batman Begins (2005), Domingo Negro (1977), Laranja Mecânica (1971) e O Inferno Nº 17 (1953).

Ter um bom planejamento e grande alinhamento de equipe é fundamental. Acertando o “mood” da produção, Nolan garantiu que todos estivessem na mesma página. E o resultado disso, você já sabe.

Acertar o tom dessa obra não deve ter sido algo fácil. Batman, que é um personagem oriundo dos quadrinhos e que já havia sido adaptado anteriormente para o cinema, sempre enfrentou desafios extraordinários com habilidades especiais, mas dessa vez precisava ser trazido num contexto verossímil em que super-heróis e super-vilões fazem parte do dia a dia das pessoas e coexistem com o sistema judicial, a política e até o trânsito.

A mão e cuidado que Nolan teve com essa produção redefiniu todos os outros filmes do gênero. Inclusive, na época, a escalação dele para dirigir e escrever os próximos filmes do homem-morcego foi uma grande surpresa por se tratar de uma temática atípica para o perfil do diretor, porém, mesmo com essas diferenças, Nolan conseguiu executar com maestria, e esse é um dos motivos para Christopher ser considerado um dos grandes magos das produções audiovisuais.

Outra curiosidade notável sobre a produção: em uma época recheada de CGI, “Batman, o Cavaleiro das Trevas” só possui 530 cenas de computação gráfica, um número muito menor que a média dos filmes padrão atuais, que utilizam em média 800 a 2.000 cenas em CGI.

 

É incrível imaginar que um filme recheado de cenas de ações foi produzido majoritariamente com efeitos práticos e técnicos, e uma das estratégias usadas foi que obrigatoriamente, ao fim de todas as cenas que tecnologias 3D ou de computação gráfica fossem utilizadas, a última cena precisaria ser real. Ou seja, a maioria das explosões, perseguições e saltos ornamentais que você vê realmente aconteceram!

Gostou do conteúdo? Clicando aqui você pode ver o making of dessa obra na íntegra e inspirar-se com o trabalho de um dos grandes mestres dos sets de filmagem.

Matheus Sesterhenn

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