Se você é usuário de alguma rede social, em especial do Twitter, é bem provável que já tenha cruzado com algum perfil que possua um desenho de macaco em seu avatar. Você pode, inclusive, ter visto que seu artista favorito mudou seu avatar para um primata com camisa xadrez, óculos futuristas e chifrezinhos de diabo. A lista de celebridades que usam um desses desenhos é extensa, passando por Jimmy Fallon, Stephen Curry, Post Malone, Steve Aoki, Logan Paul, entre outros. Por que eles fazem isso? Bem, eles fazem parte do Bored Ape Yacht Club (BAYC).

O BAYC é uma coleção de 10 mil NFTs (tokens não fungíveis, ou seja, únicos) que funcionam tanto como um avatar quanto como uma entrada para um clube social fechado. O primata mais barato pôde ser comprado em dezembro de 2021 por 49 ether, algo em torno de US$ 230 mil. Em reais, isso ultrapassa com facilidade o valor de R$ 1 milhão. Ficou com vontade de adquirir o seu?

Assim como tudo relacionado aos NFTs, o Bored Ape Yacht Club é emblemático. Alguns dizem que é o mesmo que pagar uma fortuna para receber um jpeg em troca. Outros relacionam o BAYC com arte e exclusividade. Mas talvez, na verdade, a coleção de primatas não seja nem oito, nem oitenta. O que faria alguém comprar um deles?

Na realidade, trata-se de uma combinação de três coisas: envolvimento de influenciadores/celebridades, força da comunidade e utilidade para seus membros. A primeira é óbvia. Quando famosos usam seus BAYC, eles fazem com que outras pessoas queiram ter. Além disso, o fato de ter um número limitado de 10 mil NFTs ajuda a criar um senso de exclusividade e de comunidade entre as pessoas que possuem. E, por último, e mais interessante, o Bored Ape Yacht Club já organizou encontros em Nova York e na Califórnia, assim como em Hong Kong e no Reino Unido. Em uma das celebrações mais recentes em Nova York, houve de fato uma festa em iates e alguns shows envolvendo os comediantes Chris Rock, Aziz Ansari e a banda The Strokes.

Alguns usuários também aproveitam seus NFTs do BAYC de modo criativo. Há quem crie vestuários exclusivos com os macacos deles, como camisetas e máscaras, tudo para mostrar que fazem parte do clube. Outros aproveitam para fazer negócio. Um dos proprietários abriu uma conta no Twitter para seu primata, apelidou ele de Jenkins e criou uma história que o transformava no motorista do estacionamento do Yacht Club. Em setembro, Jenkins assinou contrato com uma agência de talentos. Ele terá sua biografia feita pelo escritor best-seller do New York Times Neil Strauss.

Se você ainda pensa que os Bored Apes são uma futilidade sem nexo, eu entendo e respeito o seu ponto de vista. Mas não espere que os primatas venham a desaparecer em breve.

Guilherme Bueno

Gerente de Estratégia

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