Pela primeira vez em mais de 80 anos, uma brasileira recebe o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro. Fernanda Torres superou nomes como Tilda Swinton e Angelina Jolie com sua atuação no filme  “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles.

Agora fica a expectativa de repetirmos a dose no Oscar, em Abril.

Sempre que vejo um brasileiro se destacar, sinto orgulho, e gostaria de aproveitar a conquista da Fernanda para fazer uma reflexão.

Você já ouviu falar do complexo de vira-lata?

O “complexo de vira-lata” é um conceito de 1950, do jornalista Nelson Rodrigues. Ele descreve a sensação de inferioridade que os brasileiros têm em relação a outros países. (especialmente os de língua inglesa)

Esse vira-latismo da população perpetua a ideia de que o Brasil é um caramelo sem dono, incapaz de competir em nível internacional. 

No entanto, ao ler as notícias, percebo o contrário: o talento brasileiro se destaca no mundo todo.

CACHORROS GRANDES

Além da Fernanda, os últimos meses trouxeram manchetes que provam como o talento brasileiro brilha ao redor do mundo.

Vinicius Jr. devolveu ao “país do futebol” o título de melhor jogador do mundo FIFA, algo que não víamos há 17 anos.

Rayssa Leal, a fadinha do Skate, continua sua trajetória vitoriosa com mais um campeonato mundial. 

E se olharmos além das manchetes mais óbvias, veremos brasileiros liderando em áreas tão diversas quanto games, esportes e cultura pop. Alex Poatan foi eleito lutador do ano, acompanhado de seu técnico Plinio Cruz. 

Rafael Grassetti, artista brasileiro, responsável por design de personagens de videogames, como Kratos, anunciou que está participando do projeto do Game “Intergalactic” da Naughty Dog. Uma das promessas da nova geração.

Tiago Alves (papatinho), produtor musical brasileiro, foi convidado por Kanye West para colaborar no projeto do último CD. 

E obviamente, não se pode esquecer da propaganda, os criativos brasileiros continuam a mostrar sua força, conquistando 92 Leões no último Festival de Cannes. Sendo o terceiro país mais premiado no festival.

Nosso talento está por toda parte. É só parar para olhar.

GINGA BRASILEIRA

O contrário também acontece: tem muita gente de fora querendo ser brasileiro.

A última passagem de Bruno Mars no Brasil deu o que falar. Depois de uma primeira e bem sucedida passagem em 2023, o artista voltou para uma série de shows em 2024 e foi abraçado pelo nosso povo. Agradeceu o carinho com uma homenagem em suas redes sociais onde adotou o apelido de Bruninho.

A verdade é essa, tem muito gringo de olho no “jeitinho brasileiro”, e não é por acaso. O Brasil é um dos maiores mercados consumidores do mundo, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas.

Mas o Brasil não é só grande, ele é efervescente, nós possuímos uma influência significativa na cultura digital, artistas que conseguem provar seu carinho pelo Brasil podem ver suas redes explodirem com o engajamento brasileiro.

Beyoncé, em 2023, surpreendeu Salvador ao subir ao palco envolta na bandeira da Bahia.

E não para por aí: Memphis Depay surpreendeu ao curtir um pagode na Vila São Pedro enquanto celebridades como Katy Perry, Will Smith e Vincent Martella sentiram o gostinho do engajamento dos memes nacionais.

Quando The Weeknd lança a música intitulada ‘São Paulo’, fazendo participação com a Anitta, quem você acha que é o público-alvo?

Tem muito gringo apaixonado pelo Brasil, e tem brasileiro que não, vai entender…

DONS EM EXCESSO

Por fim, que o sucesso dos nossos compatriotas nos permita deixar de lado o histórico complexo de inferioridade. 

Como Nelson Rodrigues bem colocou: “temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de ‘complexo de vira-latas’.

Por isso, te convido a celebrar nossas virtudes. O sucesso “recente” de Fernanda Torres não é apenas dela. 

É seu também.

Brasileiro também tem pedigree.

Matheus Sesterhenn

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