Há alguns anos, li um dos livros que mais causaram impacto na forma como eu via as pessoas de sucesso em diferentes áreas. O livro se chama “Outliers” (“Fora de série”, em português), do escritor Malcolm Gladwell, que nele explica o que está por trás das pessoas “fora de série”. Com um apanhado de inúmeras pesquisas e exemplos do cotidiano, ele traça o perfil desses seres especiais. O mais interessante do livro é que ele não defende que essas pessoas têm algum dom de outro planeta. Ele diz que essas pessoas são dotadas de talentos como a “inteligência prática”, por exemplo, que é a capacidade de se dizer a coisa certa, na hora certa, para a pessoa certa, sem nem mesmo se saber como. Além disso, elas são indivíduos que se esforçaram muito mais que a maioria para chegar onde chegaram.
Para tangibilizar sua tese, ele sugere que, para uma pessoa chegar à excelência em alguma coisa, ela precisa de, no mínimo, 10.000 horas de prática. Pense num Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, que foi um dos atletas mais talentosos já vistos. Mesmo com todo aquele talento, se ele não tivesse treinado e se aperfeiçoado durantes anos e anos, ralando quase que diariamente, ele nunca teria chegado ao nível de excelência que chegou.
Para os esportes é mais fácil entender isso, mas como funciona no ambiente corporativo? Quem realmente está treinando e se aperfeiçoando todos os dias é que irá se tornar o “fora de série” amanhã, não aquele que, mesmo talentoso, faz o básico.
Um exemplo muito simples utilizado por ele no livro é sobre testes de matemática. Nós, geralmente, desistimos de fazer algo difícil em matemática em 30 segundos. Os especialistas dizem que se você ficar em cima do problema, você tem grandes chances de resolvê-lo. O problema é que poucos se predispõem a fazer isso. Geralmente, essas são as pessoas de sucesso.
Em um teste de matemática mundial chamado TIMSS, os pesquisadores descobriram algo interessante nesse sentido. Antes de fazer o teste em si, a criança precisava responder um questionário completo de 120 perguntas sobre sua vida, a de seus pais, se gostavam de matemática, etc. O teste é tão longo que as crianças deixaram em torno de 10 a 20 questões em branco. O interessante da pesquisa é que foi descoberto que o número de respostas dadas no questionário era diretamente proporcional ao resultado da criança no teste de matemática, ou seja, aqueles que respondiam todas as perguntas eram os que tinham notas melhores. A pesquisa mostrava que quem tinha o hábito de não desistir eram aqueles que se davam melhor na prova, e isso não tinha nada a ver como a matemática em si.
Considero esse um daqueles livros que dá aquele click na gente! Um livro que muda comportamentos e atitudes de fato.
Espero que gostem! Boa leitura!